29.4.06 

Mistah

Prezado senhor,

Já bastavam 6 anos de convivência intensa. De ser a primeira pessoa que fala comigo em um ambiente totalmente hostil. De ser o primeiro a apresentar ao grupo que hoje é como uma segunda família para mim. De ver sua mudança desde aquela época até hoje, passando por todas as suas (grandes) mudanças. De ver tu rindo da minha cara. De dar algum cagaço em mim. De ter pedido, sem qualquer timidez, ajuda em alguns momentos extremamente delicados. De ser aquele doido que sempre foi a alegria do grupo.

Mas isso não foi o suficiente.

É, juntamente com mais 3 irmãos (sem aspas mesmo, para ressaltar o nível do relacionamento entre o velho grupo), a criatura de extrema confiança que possuo. Niker, Lestath, Espeto, Naldim, Baitola, Arnaldo. Evoluções? Sei lá. Eu não sei como eu consegui ficar amigo da criatura mais bruta que eu conheço. Vai ver eu também sou assim. O cara que me introduziu ao metal de verdade (ou tu acha que aquele "Brave New World" foi só uma "escuta ao acaso"?). Aquele que dava os conselhos amorosos mais absurdos, aquele que tem um(a) azar/sorte peculiar. Aquele que, por algum motivo especial, defendia aqueles "mongóis" com quem o pessoal sempre gostou de zoar. Aquele que eu simplesmente NÃO CITEI no post da paródia medieval.

O eterno "Baitola". O despojado, o irreverente, o irônico, o "don Juan". Ele.

26.4.06 

Ciumento? Eu?

Já me disseram que o último post ficou incrivelmente chato. Ainda bem, queria um pouco de refúgio desde o último post. Para aproveitar que não faço nada de útil nessa quarta à tarde... Nada melhor que tirar a poeira do blog...

Obs.: Post estranho e confuso.

Nesse post, vou tocar em um assunto que é batido, delicado, clichê... Ciúme. É, ciúme. Aquela sensação horrível que rasga a garganta quando vemos um "bruguelo" (termo generalizante para pessoa/objeto e etc) com outro "bruguelo". Não é o tipo de situação que a maioria das pessoas consegue enfrentar. Umas ficam caladas, outras fazem o típico showzinho, algumas mais ousadas usam essa sensação e devolvem na mesma moeda. Não existe uma maneira ideal de encarar. Mas nesse post, vou esquecer esses métodos fúteis (e inúteis) de ver o ciúme. Vou focalizar especialmente em situações que podem acontecer com qualquer um dos excelentíssimos leitores:

1. Bruguelo namora com Bruguela. Eles são felizes e blablabla. Mas Bruguelo é um cara ciumento. E Bruguela é bonita e simpática, alvo de muitas cantadas e investidas. Bruguelo se rói de ciúmes por causa do Ricardão, que sempre investe na Bruguela. Os namorados discutem e resolvem terminar a relação. Bruguelo fica com raiva do Ricardão e evitam se ver. Bruguela escapa dos xavecos de Ricardão e fica com uma sensação de mágoa com Bruguelo. FATO: falta de confiança de Bruguelo. CONSEQUÊNCIA: rompimento não-amistoso.

2. Bruguelete é um cara ciumento por natureza. Não namora e nem é casado, mas divide seu quarto com seu irmão, Bruguelim. Um dia, a pasta dental de Bruguelim acaba. Ele resolve usar a do irmão, Bruguelete, sem avisá-lo, com medo de uma discussão fútil quanto a isso. Bruguelete descobre após ver sua pasta amassada na parte de cima (pois ele sempre usa pela parte de baixo). Os irmãos brigam e passam o dia sem trocarem palavras por causa do incidente. FATO: falta de confiança de Bruguelim em Bruguelete. CONSEQUÊNCIA: rompimento não-amistoso. SINÔNIMO SEMELHANTE: egoísmo.

3. Bruguelada e Bruguelanda são amigas há bastante tempo. Não se desgrudam para quase nada. Mas Bruguelanda fez uma nova amiga, Bruguelana. Bruguelada é ciumenta. Ela imagina que Bruguelanda não gosta mais dessa e mais paranóias desse tipo porque simplesmente está saindo e conhecendo melhor Bruguelana. Bruguelanda não suporta mais a crise de ciúmes de Bruguelada e resolve "dar um tempo". FATO: falta de confiança de Bruguelada em Bruguelanda. CONSEQUÊNCIA: rompimento (temporário ou não) não-amistoso.


Deu para perceber que ciúmes é algo tão simples que às vezes passa despercebido. E nada mais é do que a demonstração (por vezes, descontrolada) de afeto. Mas uma maneira que, se desprovida desse controle citado anteriormente, machuca as pessoas. Eu senti (e sinto, aliás) e tenho certeza que o querido leitor também sofre. E depois de uma conversinha com uma amiga minha (dona Jéssica, valeu pelo comentário no tópico do assalto!), vi que mesmo nas pessoas que nós menos imaginamos, a crise de ciúmes ataca de maneira veemente. E perturba as pessoas, de maneira que ficamos com aquela sensação de "porra, bruN0, o que diabos que eu faço agora?". Não poderia dizer uma solução direta, como um Tylenol para dor de cabeça. Mas a confiança...

A confiança é simplesmente a base. Como já diria qualquer livro de auto-ajuda de 2 reais: "A confiança é a base de qualquer relação entre os seres humanos". Mas as pessoas têm medo de confiar. De apostar todas as suas fichas em uma aposta que, quando menos se espera, acaba corroendo os sonhos desses apostadores malucos, que somos nós humanos. Traição sempre foi algo que traz a dualidade moral entre as pessoas, porque abominamos da mesma maneira que cometemos. E, mesmo com essa cara-de-pau, continuam com esse medo bobo. Pena que não haverá um dia em que esse medo vai acabar.


Abraços a todos.

14.4.06 

E a ficha cai...

Eu poderia ter uma hora melhor para fazer um post desse nível. Mas sabe quando vem aquela vontade de abri o "Bloco de notas" e mandar bala, mesmo que seja uma porcaria qualquer? Pois bem, é nessa situação que esse que vos fala está passando.

Ouvindo Creedence Clearwater Revival, com todos da casa dormindo. Imaginar o que sua irmã mais nova e seus pais devem ter feito na última tarde, numa casinha na serra juntamente com um número ofensivamente grande de familiares nas proximidades. Enquanto eu, com a costumeira insônia, encara sua irmã mais velha, o seu namorado e uma amiga que eu nunca vi mais gorda. Todos dormem tranquilamente, mas alguém sempre existirá para interromper o descanso plácido de certos seres. Poderia ser eu ou um carro de som com o volume máximo, tocando "Se ela dança, eu danço". Não poderia dizer qual a probabilidade de um dos dois acontecerem.

Imaginar que eu devia ter tomado um banho há uns minutos atrás, mas não tinha uma toalha em condições de uso (todas elas estão enxarcadas). Lembrar que hoje (além do mais, já é 1:00!) terei que fazer malabarismos na cozinha para fazer um almoço, no mínimo, comestível. Ler um certo livro de contos do Lima Barreto, estudar Matemática, alimentar o tédio por não ter ninguém interessante para trocar idéias, rir ou brigar. Ver que ficar sozinho em casa não é tão animador quanto se imagina para um adolescente de 15 anos. E saber que quando se possui responsabilidade, tudo que a "parte inútil" do nosso consciente torna-se inviável.

E aí vem a pergunta que nunca cala: "Pra que diabos tu tá falando isso, Mói? (ou Bruno, ou qualquer apelido que você me conheça)". É simples, caríssimo leitor. SAUDADE. Com uma ponta de nostalgismo, mas isso é somente uma consequência. Ver um feriadão que imaginava-se interessantíssmo cair em um marasmo que nem o mais pessimista conseguiu pensar. É como ter um elenco extremamente forte e competitivo, mas ver um time apático e sem disposição durante o jogo. É o sonho de muito adolescente inconsequente por aí passar 4 dias praticamente sozinho em casa, mas a situação inverte-se quando, por um lapso de consciência, ver que isso é somente um pensamento infantil e tedioso.

E é a saudade de ter com quem reclamar de mim, de rir da minha cara nas situações mais tragicômicas, de ajudar a decidir a comer alguma coisa... Coisas simples, mas que fazem falta, como vocês já devem imaginar. E eu nem falo só dos meus pais, mas sim de todos aqueles que podem estar passando um feriado bom ou ruim, mas estão perto das pessoas que gostam.

Sei bem que esse post foi um tanto melancólico, mas já que é um blog... Que fique com cara de blog, às vezes. Um blog não é eternamente feliz, muito menos triste. Mas passa por fases. E essa não é uma daquelas que eu posso me orgulhar. Mas pelo menos posso refletir em paz. Ficou um tanto confuso, mas espero que consigam assimilar algo de verdadeiro aí.

Abraços.

8.4.06 

Relato de um dia QUASE comum

No meio da minha rotina chata e corrida, existem coisas que fazem você rir um pouco depois de analisadas sobre outro aspecto... Isso não é novidade para você, caríssimo leitor, mas é sempre interessante relembrar esses detalhes. Mas no meu caso não foi um detalhe. Muito pelo contrário, foi algo extremamente óbvio.

Hoje foi um dia normal. Tão normal que foi estranho. Acordar com as costas doendo, ir para o colégio, fazer 4 provas e ir razoavelmente bem em todas (tá, isso não é tããão normal assim), ficar falando merda com os amigos depois dos testes... Tudo isso para mim é desprezível, já que é algo que faz parte da minha rotina semanal.

Depois do costumeiro lenga-lenga antes dos 4 (eu, Arnaldo, Fernando e Igor) se separarem e irem para o conforto de suas casas, resolvi ir com o Arnaldo para a bendita parada de ônibus, para finalmente, chegar no meu destino.

Para quem não conhece, eu tenho que andar cerca de 15 minutos do colégio até a parada. O Arnaldo mora perto desse ponto, então seria lucrativo ir conversando até chegarmos lá. Nos despedimos dos outros dois e começamos nossa caminhada. Conversa vai, viadagem vem (epa, isso não é culpa minha, nem reclamem!)... E quando nós percebemos, um indíviduo em uma bicicleta vem em nossa direção e solta:

"passa o celular ae se naum eu dou uma facada"

A primeira coisa que eu lembrei foi: "Ha, que irônico. Praticamente no mesmo lugar da primeira vez que fui assaltado.". Minha situação estava trágica, se não fosse cômica. Arnaldo já vinha dizendo:

"Eu não tenho celular, não!"

E foi tirando logo as coisas que estavam no seu bolso: uma lapiseira, uma borracha rosa-choque riscada e uma caneta. Nessa hora, eu olhei para a cara do indivíduo, que deveria estar pensando:

"mah que porra! pra q diabus eu vou querer uma borracha rosa!?"

Ele me abordou (curiosamente, ele não segurava a faca!) e perguntou sobre meu possível celular. Falei que não tinha. Na verdade, eu só não estava com ele, mas eu estava suficientemente nervoso para falar qualquer coisa que viesse na minha pobre cabeça. Foi nessa hora que eu comecei a rir bem baixo. Nenhum dos dois percebeu. Eu tinha conseguido imaginado criar uma situação de humor para esse momento!

Há dois dias, eu consegui a proeza de quebrar a antena do meu "tijolo" (apelido carinhoso do meu celular) com um lance digno de Olimpíadas. Após um momento de fúria por não ter conseguido fazer uma ligação importante, juntamente com o fato de ele QUASE NUNCA conseguir fazer chamadas, fiz um cara ou coroa para arremessar ou não o celular na parede. Resultado: uma moeda na testa do Igor (testemunha do arremesso) e um celular que, mesmo após o arremesso, ficou praticamente intacto! Somente a antena havia quebrado, fazendo com que o "tijolo" funcionasse da mesma maneira que antes: sem mandar chamadas. Dessa forma, não faria sentido levar um celular inválido no meu bolso.

Então eu imaginei se ele estivesse comigo lá, naquele "assalto". Imaginei a cara do assaltante ao receber um celular meio rachado e ouvindo isso:

"Olha, você não sabe o bem que me faz me livrando desse trambolho. Estou tão agradecido que darei para você um acessório para o celular." E eu entregaria a antena, com uma das caras mais cínicas possíveis.

Voltando a história...

Bem, nesse momento, o assaltante descobriu que tinha feito um equívoco: assaltou dois caras COMPLETAMENTE lisos. Então, sem muito ânimo e já nervoso, pediu nossas carteiras. O Arnaldo repetiu a ladainha:

"Eu não tou com a carteira, não!"

Nesse momento, eu nem me importava com o ladrão. Estava rindo sozinho de uma besteira que nunca aconteceria. Para evitar confusões, só disse:

"Tenho nada aqui não." -- Ou vocês acham que vou perder exatamente os 2 reais da minha passagem por causa de um assalto fresco desses? Nem a pau.

Dessa vez o assaltante se dirigiu a mim, apontando para o meu relógio. E perguntou rapidamente:

"vale?"

Eu respondi ironicamente:

"Rapaz, eu comprei por 10 reais lá na feira e já faz tempo. Vale?"

Ele não respondeu. Só falou um "Vaza!" e saiu rapidamente com a bicicleta. Segundo assalto que não me levam nada. E praticamente nos mesmos locais. Vai entender... Depois disso, ficou um silêncio de alguns segundos entre eu e Arnaldo. Foi um assalto... normal, mas com uns fatos estranhos. Depois comentamos alguns detalhes, mas nada de REALMENTE especial.

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Tenho que agradecer aos elogios (e às críticas, claro!) para o meu último post. Senti-me lisongeado e quero conseguir meu nível de inspiração para outros posts. Obrigado!

Abraços a todos.

1.4.06 

O homem que acreditava.

Sua cama quebrada, seu chão imundo, sua televisão queimada, sua pia melada de sangue, sua mesa repartida, sua geladeira vazia, suas facas na sua pele, suas unhas quebradas.

Mas ele acreditava.

Sua vida sem amigos. Sua festa sem bolo. Sua namorada sem corpo. Seu rádio sem músicas. Seu carro sem motor. Sua morte sem data certa.

Mas ele acreditava.

Sua infância sem pais. Sua história sem sentido. Seu trabalho sem utilidade. Suas roupas sem costura. Seu corpo sem alma.

Mas ele acreditava.

Sua boca sem dentes. Seu Diabo sem Deus. Sua raiva sem causa. Seu furacão sem força. Seu ele sem ele.

MAS ELE ACREDITAVA!

Ele acreditou. Acreditou. Acreditou.



Acreditou até ver que isso não passava de um 1º de abril.

E se não fosse? O que seria de sua vida se sua vida fosse um 1º de abril eterno? Ou que você faz a vida de quem convive com sua senhoria um 1º de abril eterno? O 1º de abril representa o que na verdade todos somos, admitimos e declaramos. Mas, mesmo assim, bem no fundo, negamos.

Mentira.




Abraços a todos.

Perfil

  • Meu nome é Bruno. Ou bruN0. Você escolhe.
  • Sou de Fortaleza. Orgulhoso disso, aliás.
  • Gosto de: algo. Talvez mulheres, boa música, amigos e família respondam. Bem fácil de saber.
  • Odeio: verdura. Talvez luzinhas de natal e Dream Theater. E intolerância, sob qualquer aspecto.
  • Quer me ver sorrir? Não. Meu sorriso não é agradável a tal ponto.
  • Quer me ver rosnar? Se você latir e não bater com tanta força, ficaria divertido.
  • Um bom motivo para me conhecer: não sei. Eu é quem preciso conhecer novas pessoas, oras!
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