26.7.06 

A viagem

Primeiramente, não, não falarei sobre o fim da novela de 93/94 que antecedeu Chocolate com Pimenta no Vale a Pena Ver de Novo. Mas resolvi fazer um texto (nem tão) metafórico sobre a bendita...


Alguém estava entediado. Entediado e cansado da vida modorrenta e sem sentido (sem futuro e destino, quem sabe?). Então, alguém teve a idéia genial de querer viajar com família e sua namorada para algum apartamento na praia. Apesar dos contratempos (afinal, Alguém é uma pessoa atarefada com seu curso de inglês. Talvez ele vá querer ser somebody na vida), ele resolveu arriscar-se nessa viagem. Sabia que não teria lá muitas coisas para fazer. Além do mais, o que Alguém iria fazer na praia com uma família que mais parecia a mundiça do último post e uma namorada que a cada dia estava mais distante de seu relacionamento? Mesmo assim, Alguém deu um sorriso e resolveu continuar em frente. Além do mais, logo no primeiro dia, achou um bom amigo seu em algum shopping aí, enquanto esperava o início do curso. O dia não era dos melhores, mas isso já valeu o tempo de conversa.

Mas ninguém poderia imaginar o que nosso herói de bermuda preta e camisa do Helloween passaria nos outros dias. O cansaço da viagem, as desilusões com a namorada, as "viagens" até o curso (o que incluia ônibus lotados de surfistas maloqueiros), o tédio consumindo Alguém... Alguém estava de saco cheio. E não era Alguém. Era ela. Fim de relacionamento. Alguém ficou triste, mas o pai de Alguém ficou mais ainda (?). E, como se não bastasse, Alguém teve que ficar ouvindo forró por 1 semana e nem reclamar. Além do mais, o que Alguém faria sem ter um CD player que funcionasse? E nem um som? E nem NADA?

Alguém estava com saudades da vida modorrenta e sem sentido. E saudades de casa e dos verdadeiros amigos que ficaram longe. Alguém explodiu exatamente 1 semana depois de ter voltado de viagem. E sente ainda mais saudades de quem, mesmo depois de 3 dias de volta, ainda não conseguiu recuperar o contato pré-viagem.

Alguém quer esquecer essa viagem. E não sou eu. Porque eu aprendo com meus erros e meu azar. Ainda bem.


Abraços para os caríssimos leitores e... que venham as aulas. Porque eu cansei das férias.

12.7.06 

Ironia?

Não, nesse post eu não vou falar de algo filosófico, nem contar uma estória hipotética. Vou descrever algo que aconteceu a umas duas horas atrás e que me deixou pensativo por um bom tempo.

Antes de mais nada, vou lembrar para os excelentíssimos leitores minha mísera rotina nessas "férias":

• Acordar (geralmente bem tarde, algo por volta das 14:30);
• Tomar um leite e ficar no PC (isso até por volta das 16:15);
• Arrumar-se para a Cultura (até às 17:00);
* Aula e voltar para casa (17:10 até às 20:10);
• Almoço/jantar, PC e dormir (20:15 até... ???).

Rotina emocionante, não? Mas todo dia acontece algum detalhe novo. E hoje aconteceram dois que eu gostaria ressaltar. Além do mais, é uma maneira de evitar que o blog acumule poeira, ácaros e outras coisas repugnantes.

JORNADA DE VOLTA:

Eu, na parada do ônibus, esperando um bendito '389 - Campus do Pici/Jovita' para finalmente voltar para o terminal e pegar o '213 - Jardim Guanabara/Nova Assunção 2'. Cada viagem teve características especiais.


PICI JOVITA:


19:30. Entro no ônibus. Passo a catraca, sento-me em uma cadeira perto da janela e sinto o vento no meu rosto. Creio que seja o momento do dia em que menos me preocupo com futilidades ou algo parecido. Aliás, eu não me preocupo com nada nesse momento. Fico somente refletindo sobre o que diabos eu poderia ter feito. Ou então.... Nah, na verdade eu fico me preocupando com besteiras sim. Mas especialmente hoje, eu senti uma vontade de cochilar naquele ônibus semi-deserto (o que já é um milagre). Mas como se tivessem adivinhado meus pensamentos...

Uma família entra no ônibus. Não, uma família não. Um ARRASTÃO seria uma palavra mais apropriada. Vários pivetes, mulheres gordas e feias gritando à plenos pulmões, um casal de namorados se agarrando sem-vergonhosamente... Estava feita a mundiça. E o que eu pensava como um momento único no dia... virou numa verdadeira 'farofa de praia'. O caos era tanto que alguns tampavam os ouvidos por causa do barulho ensurdecedor. Um menino ficou me encarando e, provavelmente, ficou com medo. Comentou com a outra criatura diabólica que eu parecia um "pirata do olho cego". Juro como não entendia nada do que se passava lá dentro. E ainda faltavam uns 10 minutos para o ônibus chegar no terminal. Argh! Não aguentei:

- Ó AQUI, PORRA! DÁ PARA VOCÊS CALAREM A BOCA!?

Tudo virou um monte de cochichos e rostos incrédulos em minha direção. 'Ele falou isso?', devem ter pensado as mães. Alguns foram em direção às mães, talvez com medo. Ou até mesmo querendo uma réplica ao desabafo. O que se viu foi uma verdadeira aula de como fazer silêncio. Creio que foi minha boa ação do dia.


NOVA ASSUNÇÃO:


Cheguei no terminal do Antônio Bezerra. Enfim, aliviado de não ter que ver mais os rostos dos pestinhas e das suas guardiãs malditas. Esperei a lotação na fila indiana mais torta que já vi até hoje. Pelo menos no meu caso, já que eu estava sendo comprimido pela outra fila e uma lanchonete (!?). Quando chegou, a fila desmontou-se desorganizadamente e uma verdadeira multidão voou em cima das portas do ônibus. Fiquei em pé, como é costumeiro.

Quando entrei, me mandei rapidamente para a parte de trás do ônibus. Mas uma voz feminina me chamou antes de eu esconder-me na parte escura:

- Ei, posso segurar (sua pasta)?

Eu fiquei naquela indecisão:

- Err, não... Ah, quero sim.

Ela estava sentada, com seu irmão (notei pela maneira que eles conversavam depois) em pé ao meu lado. Conversavam animadamente, enquanto eu pensava em como melhorar dessa gripe que contraí anteontem. E, discretamente, notei que ela me olhava fixamente. Ela tinha uma aparência levemente infantil, apesar das roupas levemente extravagantes. O seu irmão lembrava aqueles rappers non-sense, com direito a touca preta de manu, cordão metálico com um pingente meio estranho e um óculos de armação de qualidade duvidosa. A menina usava um mini-saia jeans e uma blusa rosa. Era branquinha e tinha algumas sardas, lembrando outra amiga minha. E ela continuava olhando para mim, de maneira nada discreta e, aparentemente, bem interessada. Na hora que retruquei o olhar diretamente, ela mandou a pérola:

- Não é não, tio?

Tio. ARGH! Tio!? Não estou tão velho assim, estou? Seria o cabelo? Ou a maneira séria de como eu estava encarando tudo? Eu mandei só a interjeição:

- Hã!?

Ela:

- Você parece ser um cara legal. Você se liga do Piron Heron?
- Mais ou menos. Até que é legalzinho.
- Ah, ele gosta de rock! - exclamou ela para seu irmão.

Quando menos esperei, ela estava contando tudo sobre o que bem aconteceu com ela no dia. Pelo que entendi, eles estavam voltando do Iguatemi com uns amigos deles e queriam umas informações sobre um show que vai ter em agosto da banda já citada. Falei levemente do Forcaos (para os desinformados, é um festival de rock/metal que acontece todos os anos em Fortaleza, simultaneamente ao Fortal, micareta ridícula que só serve para atrair turistas que gostam de axé) e... bem, não precisa dizer que eu fiquei com aquele ponto de interrogação: "Mas eu virei tio!?". Então expliquei que só tinha 15 anos, um pouco mais velho que ela e um pouco mais novo que o irmão. Ela comentou que fazia amizades rapidamente e que, mesmo com os problemas que ela tem com isso (já chamaram ela de puta por causa das roupas que ela usa), adora fazer esse tipo de coisa. Aparentemente, são pessoas legais. Mas minha maior surpresa veio depois... Eu nunca tive muitos amigos exatamente na minha rua ou nas redondezas. A maioria das pessoas que eu simpatizo e que moram relativamente perto moram no Quintino Cunha (para os desinformados, é um bairro adjacente ao meu). E eles moravam uma rua antes da minha! Eles sempre souberam onde é minha casa, mas nunca souberam quem morava lá. Agora sabem.

Engraçado é que eu realmente não sou de fazer amizades com facilidade. Mas essa foi tão de repente (e em um local/momento tão inoportuno) que fez eu pensar em como as pessoas que ficam na minha cabeça marcam justamente pela "violência". Gostaria de ter essa sorte todos os dias.


ATENÇÃO: vou diminuir ainda mais meu ritmo de postagens. (!?) Passarei umas duas semanas em uma casa de praia e voltarei somente no final das férias. Meus esquemas com a Cultura vão ser infernais, mas... que seja.

Até um outro post, se o Blogger quiser.

2.7.06 

O tempo e a dúvida

Tempo esse que não parece passar. E não passa. A pessoa que você conhece ontem vale mais do que aquela que você conhece desde seus primórdios. O tempo não tem explicações para ser assim. Mas os homens sempre quiseram criar regras, criar o seu tempo. Sem chance. Tem gente que duvida do poder do tempo. Eu duvido. Duvido que você duvide. Tempo. Dúvidas. O tempo que sempre teve aquela ambigüidade chata que os meteorologistas e relojoeiros sempre tiveram que tentar explicar. Tentar. A tentativa é a busca pelo fim da dúvida. Mas quem tem tempo, ah, esse é um sujeito que não tem preocupações. Se a dúvida é sobre o tempo, sobre os homens ou sobre a célebre indagação binomial do ovo/galinha, isso não importa. A dúvida é pertinente para todos, mas só quem sabe dialogar com o tempo pode resolve-las. Difícil? Talvez. Mas tentar não arranca pedaços. Da memória, do corpo, da alma. Do tempo.




O texto é ruim, mas foi algo que deu vontade de expressar. Pouco importa as quebras bruscas de orações e a proposital repetição de palavras. A sonoridade ajuda na mensagem que quero tentar passar.

Perfil

  • Meu nome é Bruno. Ou bruN0. Você escolhe.
  • Sou de Fortaleza. Orgulhoso disso, aliás.
  • Gosto de: algo. Talvez mulheres, boa música, amigos e família respondam. Bem fácil de saber.
  • Odeio: verdura. Talvez luzinhas de natal e Dream Theater. E intolerância, sob qualquer aspecto.
  • Quer me ver sorrir? Não. Meu sorriso não é agradável a tal ponto.
  • Quer me ver rosnar? Se você latir e não bater com tanta força, ficaria divertido.
  • Um bom motivo para me conhecer: não sei. Eu é quem preciso conhecer novas pessoas, oras!
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