Sem futuro e destino....

Sim, a bebida. Ela revela verdades que nem mesmo quando sóbrios, as pessoas imaginam mostrar. Desde demonstrar sua homossexualidade em público até mostrar um gosto musical estranho (como um "metaleiro" gostar de Bruno e Marrone e Juanes), a bebida mostra um lado nosso mais sentimental. Não, nada dessas histórias de ajudar o próximo ou coisas desse gênero (no máximo, uma garrafa de Ypioca quase vazia, deixada para o mendigo mais próximo). Falo de você dizer a todos:

"ManhêêêÊ! Eu peço perdãããaooooo *arrotos e princípio de vômito numa tentativa de abraço carinhoso*"
"Óiiiiaa, eu vooooooou te deixaaaarrr vocêêê ver minha coleçãããão de discos do Wesley Safadão, puque vocêÊÊÊ é uma pessoooooa qui eu amu!!"

A bebida também mostra para nós o quanto o poder da mente humana é trancada quando estamos em condições "normais". Me diga, caríssimo leitor, em qual situação você diria isso:

"Ei gata! *olha para uma velha que aparenta ter 50 anos* Você até que fica linda de preto! *Nota-se que é viúva* Dá para você levar suas priminhas comigo junto pra cama? *Olha para as filhas dela* Vocês juntas iam ser um arraso nessa festa! Mas o pessoal tá meio desanimado *Olha para o enterro*"

Claramente, o estado de embriagação é algo que precisa ser estudado, do mesmo jeito que aperfeiçoado. Existem aqueles que pegam um copinho de plástico com cerveja e acham que estão "alcoolizados". Outros aguentam uma garrafa de pinga inteira e nota-se que eles não estão embriagados (ou não aparentam estar). Tudo depende da força da pessoa (ou da capacidade de enganar, depende).

Existe aqueles casos dos caras que nem pegam num copo de álcool, mas ficam doidões (o que é bem diferente de uma pessoa alcoolizada). Ficam eufóricas demais, só falam merda (os alcoolizados não falam merda, soltam pérolas do cotidiano) e acabam sendo mais valorizados que os próprios bebedores. Essa raça é altamente injusta, já que eles recebem grande crédito sobre o esteriótipo que os consumidores de bebidas alcoólicas tem sobre a sociedade.

Existem vários esteriótipos de alcoolizados: Entre eles o revoltado, o chato, o inteligente, o armado, o corno, o gay e o suruba (que é a mistura disso tudo). Não vou explicar sobre isso detalhadamente, já que a sociedade se encarrega disso (além do mais, creio que você leitor conheça pelo menos um de cada tipo).

No final das contas, todos os bêbados (evitei usar esse termo em todo texto, mas não tive como escapar agora) são de uma mesma classe: os injustiçados. Desde aqueles que levaram um belo par viking na cabeça até aqueles que são chamados de "bebo-bosta" por todos os familiares, passando por aqueles que não conseguem se divertir um pouco em paz ou não conseguem ter uma estabilidade financeira, todos eles são filhos da injustiça que a sociedade (e até eles próprios) impõem sobre seu bafo melancólico ou sobre seu andar cambaleante e molenga.

Meu manifesto e crônica sobre aqueles que gostam de uma cervejinha de vez em quando ou uma cana todo dia.